A Procuradoria-Geral da República decidiu arquivar a representação movida pelo vereador curitibano Guilherme Kilter (Novo) contra o petista Lula, que o acusava de ter feito declarações de teor racista em diferentes ocasiões. A decisão, assinada às vésperas do Dia da Consciência Negra, concluiu que não existem elementos mínimos que indiquem a prática de delito, encerrando a análise no âmbito do Ministério Público Federal.
Kilter havia solicitado a investigação de possíveis responsabilidades penais do presidente a partir de três falas proferidas em julho de 2023, fevereiro de 2024 e agosto de 2025. Para o vereador, essas manifestações poderiam ser interpretadas como indícios de preconceito contra pessoas negras.
Os episódios citados para embasar a representação incluíam trechos em que Lula “agradeceu” à África “por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão”, uma conversa na qual disse que “afrodescendente gosta de um batuque de tambor”, além de comentário sobre o uso de “uma cara sem dente e ainda negro” em peça de divulgação internacional.
Esses trechos, reproduzidos de forma literal, compuseram o núcleo das alegações apresentadas pelo parlamentar.
Ao revisar o caso, o procurador Vítor Vieira Alves avaliou que nenhuma das declarações apontadas revelava intenção criminosa. Segundo ele, os comentários atribuídos ao presidente permitem interpretações distintas quando considerados dentro de seus contextos.
